Festival ‘In-Edit Brasil 2025’ anuncia programação completa 656x53

O ‘In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical’ promove esse ano sua 17ª edição, de 11 a 22 de junho, em São Paulo. Na última semana, foi divulgada a programação de filmes internacionais, bem como a programação dia a dia do festival. Esse ano seis salas de cinema da capital paulista exibirão os filmes - CineSesc, Cine Bijou, SPCine Olido, SPCine Paulo Emílio e Cinemateca Brasileira (Salas Grande Otelo e Oscarito). Haverá ainda sessões em plataformas de streaming. O ‘In-Edit’ inclui ainda shows, exposições, feira de vinil e livros, encontros e bate-papos com convidados especiais. O festival tem programação gratuita e conta com patrocínios como Itaú, Prefeitura de São Paulo, SPcine, Colombo Agroindústria e Caravelas, e parceria com dezenas de institutos culturais, como Goethe Institut e Cinemateca Brasileira. É uma realização do Ministério da Cultura, In Brasil Cultural, Sesc e Governo do Estado de São Paulo. Paralelamente ocorrem edições do In-Edit em cinco países - Espanha, Chile, Países Baixos, Grécia e México. Conheça mais sobre o Festival In-Edit Brasil no instagram https://www.instagram.com/ineditbrasil/ e no site oficial https://br.in-edit.org. 4m331p

Programação internacional de 2025

Na competição ‘Panorama Mundial’, produções inéditas lançam novos olhares sobre personagens, movimentos e histórias da música pelo mundo. Entre os destaques da edição de 2025 estão: ‘Music by John Williams’ (2024), sobre o compositor de trilhas sonoras de 93 anos ganhador de cinco Oscars; ‘One to One: John & Yoko’ (2024), exibido nos festivais de Veneza e BFI Londres, sobre o cotidiano do casal John Lennon e Yoko Ono; e ‘Legacy’ (2024), sobre filhos de músicos negros do jazz americano, como Dexter Gordon e Quincy Jones. Em parceria com o Instituto Cervantes, o ‘In-Edit Brasil’ traz, esse ano, uma seleção especial de docs da cena musical espanhola, novos e antigos, como ‘Sexo, maracas Y chihuahuas’ (2016), sobre o maestro e compositor Xavier Cugat, grande divulgador da música afro-cubana e ibero-americana nos Estados Unidos.

Programação nacional de 2025

O ‘In-Edit Brasil’ traz o Panorama Brasileiro, reunido nas seções Competição Nacional, Mostra Brasil, Brasil.Doc, Curta um Som e Sessões Especiais, apresentando estreias nacionais e produções inéditas dedicadas a personalidades e cenas da música brasileira. Neste ano, destacam-se premières nacionais de docs sobre o cantor Cazuza, a sambista e militante Leci Brandão, o músico e maestro Letieres Leite (idealizador das orquestras Rumpilezz e Rumpelezzinho), o cantor e compositor Azulão, idealizador das festas populares de Caruaru, além de longas sobre Hyldon, Maria Alcina, Toquinho, Dino Franco e da banda gaúcha Cachorro Grande. Haverá títulos sobre cenas musicais marcantes do Brasil, como o hardcore brasileiro dos anos 90, o rock feito em Goiânia, o Afro-Samba e a soul music. O filme de abertura do ‘In-Edit 2025’ será “Anos 90 - A Explosão do Pagode” (2025), dirigido por Emílio Domingos e Rafael Boucinha – sessão dia 11 de junho, às 20h, no Cinesesc. O festival traz também sessões especiais de dois clássicos, “A Noite do Espantalho’ (1974), dirigido pelo cantor, compositor e ator Sérgio Ricardo, e “O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas” (2000), de Marcelo Luna e Paulo Caldas, que completa 25 anos. Confira a lista com todos os filmes da programação no blog https://cinema-naweb.blogspot.com/.

A artista e o ladrão

O Sesc Digital, plataforma de streaming do Sesc criado no auge da pandemia da covid, em abril de 2020, traz uma curadoria peculiar, de filmes cultuados e desconhecidos, que ficam gratuitamente no ar por um ou dois meses. Toda semana lançam, pelo menos, quatro estreias. Está em ‘cartaz’ lá até amanhã esse incrível documentário que eu não tinha ouvido falar, ‘A artista e o ladrão’, vencedor do prêmio do júri no Festival de Sundance em 2020. Com direção do norueguês Benjamin Ree, essa coprodução Noruega/EUA conta uma história no mínimo estranha e bem curiosa – a amizade de uma artista plástica com o ladrão que roubou suas obras de arte. Pintora hiper-realista conceituada, nascida na República Tcheca e hoje moradora da Noruega, Barbora Kysilkova criou um forte vínculo com o criminoso que furtou dois de seus quadros de uma galeria de arte em Oslo, em 2015. Karl-Bertil Nordland e um comparsa invadiram o local e levaram suas obras, avaliadas em milhares de euros. Câmeras de vigilância flagraram o ocorrido, a dupla foi detida, então Barbora desenvolveu um fascínio em descobrir informações sobre o acusado. Eles se encontraram, a artista virou uma espécie de conselheira de Nordland, até que a a cuidar do homem após ser ferido em um acidente de carro. Ele não tinha família e precisava de cuidados, então a pintora o ajuda, mesmo sem nunca ter recebido os quadros de volta. O diretor do filme, com sua lente precisa, acompanha os encontros de ladrão e vítima, que toparam participar de um projeto inicialmente pensado como um curta-metragem, mas que aos poucos ganhou novos contornos e virou um longa. O filme acompanha três anos na vida deles, entre 2016 e 2019, entre longas conversas, confidências, discussão do ado etc. Amigos e familiares de Barbora não entendem os motivos dessa relação, e aos poucos ela vai trabalhando isso com o espectador. Recomendo – é um filmão. Assistam em https://sesc.digital/home.

Autor

Felipe Brida
Jornalista e Crítico de Cinema. Professor de Comunicação e Artes no Imes, Fatec e Senac Catanduva