Universo ao meu redor 82d4q

Freud quando falou da agem do tempo em seu texto “Sobre a transitoriedade” 1916, sugeriu duas noções psíquicas que podem surgir quando reconhecemos que tudo o que é belo se deteriora com o tempo. 635r6k

Enquanto ele e seu amigo caminhavam pelo belo campo de flores, o poeta disse que a transitoriedade do que é belo implica uma perda de seu valor, mas logo foi rebatido por Freud dizendo que pelo contrário, implica um aumento, porque o valor da transitoriedade é o valor da escassez no tempo, e mesmo sendo rápido, tem o seu valor.

O efeito disso na própria vida implica pensar em nossa dificuldade em ver a beleza na transformação.

Tememos a agem do tempo, mas é com ela que entendemos e se entrelaçam as compreensões, persistindo à imortalidade ante a experiência daquilo que foi vivido, visto que o valor das coisas é determinado por seu significado para a nossa vida emocional, não necessitando sobreviver a nós, muito menos dependendo de sua duração.

O tempo não determina pouco ou muito valor, mas tendemos a banalizar as coisas quando não as compreendemos, e quando a perda de algo que iramos reaparece naturalmente, a partir desta compreensão, entendemos a agem do tempo, e estabelecemos relação com cada vivência da vida, sendo capaz de nos reconstruir assim como as flores daquele campo morreram para então reflorescer.

Música “Universo ao meu redor”, com Marisa Monte.

Autor

Claudia Zogheib
Psicóloga clínica, psicanalista, especialista pela USP, atende presencialmente e online. Redes sociais e sites: @claudiazogheib, @augurihumanamente, @cinemaeartenodivã, www.claudiazogheib.com.br e www.augurihumanamente.com.br