
Ter dor de garganta é comum, sim. Todos nós temos. E com as crianças não é diferente – também ocorre bastante. Mas, no caso dos pequenos, é algo que jamais pode ser ignorado. Especialmente na faixa etária entre 5 e 15 anos, é importante ter atenção a certos aspectos, como dor ao engolir, presença de pus na garganta, aumento dos gânglios, febre e desconforto. m35u
Isso porque, mais do que sintomas clássicos de faringite e amigdalite, esses podem ser indicativos de infecção por estreptococos. Ou seja, algo bem mais grave e que pode abrir portas para o desenvolvimento de doenças como Febre Reumática, Glomerulonefrite e Síndrome Pandas – conforme alerta Cristiane Adami, médica otorrinolaringologista do Hospital Paulista.
"São doenças que inicialmente também se caracterizam pela inflamação da faringe e amígdala, mas têm potencial de danos bem maiores quando não tratadas, por serem causadas pelos estreptococos beta-hemolítico do grupo A, também chamado de Piogenes. É um tipo de bactéria bastante nociva e que está presente em qualquer ambiente", alerta.
Ela explica que papais e mamães devem ficar atentos aos quadros que envolvem inflamações exatamente por isso. "Geralmente, de início, os pais ignoram as queixas das crianças por pensarem se tratar de algo comum, que pode ser facilmente tratado em casa. Só depois que o caso evolui é que procuram ajuda profissional", chama atenção a médica, que reforça a importância da avaliação clínica tão logo os sintomas sejam identificados.
Um diferencial importante, segundo ela, é avaliar a presença de coriza, tosse e congestão nasal associada à dor de garganta. Caso afirmativo, trata-se de um bom sinal. Isso porque, geralmente os estreptococos ficam s à garganta e não apresentam reações típicas de resfriado.
“É uma infecção mais associada à dor de garganta, aumento dos gânglios, febre, desconforto grande, dor no corpo e cabeça”, explica Cristiane. “Se confirmada a infecção por estreptococos, será necessário iniciar de imediato tratamento à base de antibióticos - o que só pode ser feito por meio de prescrição médica", enfatiza.
A urgência, segundo ela, deve-se sobretudo às consequências danosas que esse tipo de infecção pode causar no coração, nos rins e até mesmo no sistema nervoso. Nesse contexto, a especialista reforça a necessidade de se prevenir contra tais enfermidades, haja visto as consequências tão danosas. “Quando há sintomas de faringite e amidalite, nunca se deve deixar para depois.”
Autor
